sábado, 7 de julho de 2012

PARASHÁ BALAC


A Parashá desta semana nos mostra o quanto somos passíveis de ataques, por parte de terceiros e que embora, muitos de nós tenhamos medo da violência de outrem, os ataques espirituais são mais perigosos, por serem invisíveis e silenciosos. Esta passagem inicia com Balac, rei de Moab que desejava destruir Israel e por conhecer a força espiritual deste povo, usou uma estratégia muito inteligente.

Muitas vezes, as pessoas podem não se relacionar bem, mas quando os propósitos são malignos são capazes de se unir, se prejudicar um terceiro for de seu interesse comum. Assim, aconteceu, pois Moab e Midiã eram inimigos e isto não impediu que Balac os procurasse para destruir Israel. Assim, o rei dos Moabitas procura o feiticeiro Bilam, para que lance maldições contra Israel, pois este conhecia "o poder das palavras".

A Cabala nos ensina que as palavras são uma imensa manifestação de poder, a Torá, em Bereshit nos mostra toda esta força, quando Hashem é mostrado criando todas as coisas. Tal qual D´us, nós também podemos criar coisas com o uso das palavras, assim como destruir. Por isto, praticamos o refinamento, utilizando nossa força criativa em prol do próximo.

A Parashá vai nos contar que Bilam trabalhava por dinheiro, mas também possuía muito ódio pelo povo de Israel. Isto se dá pela Luz, sempre que nós irradiamos Luz, algumas pessoas conseguem enxergar o mesmo e a buscam. Por outro lado, outras são cegadas por ela, e ao invés de despertar melhores sentimentos e busca, elas passam a odiar aquilo que reluz.

Na conclusão, uma lição importante. Bilam pede a Balac toda a sorte de animais e ergue altares para um sacrifício, onde deveria amaldiçoar o povo de Israel. Havia toda uma expectativa do rei, para que seu intento de destruir os judeus se realizasse. Porém, este não conhecia os desígnios do Eterno.

Conta-se que ao invés de proferir maldições, Bilam acabou pronunciando bênçãos: "Como amaldiçoarei quem não amaldiçoou a D´us? Como farei enervar quem não enervou o Eterno?" Isto deixou Balac furioso, mas por mais que tentasse, o feiticeiro só conseguia bem dizer ao povo de Israel. No final, o resultado foi a ira inútil de Balac: "eis que os abençoaste três vezes!"

A Cabala nos ensina que qualquer tipo de Lashón Hará (maledicência) ou Ayin Hará (mau olhado), sempre se transformará em bênçãos se andarmos nos propósitos de Hashem. Não importa o que façam ou falem, já que o Criador está acima de todas as coisas, haverá um espelho que refletirá toda a perversidade para quem as enviar.

Shalom!

Rafael Chiconeli

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